Tudo tinha início,
nesta época, no SPAC, o clube dos ingleses, ao lado de minha casa. Apareceu um
gerente, um alemão de no me Fischer muito rígido, mas que tinha um filho legal,
o Peter. O Peter nasceu no Peru e falava um português embolado. Certa vez, ele
se apaixonou por uma babá que trabalhava na rua do clube, de nome Gerusa, e ,
Bêbado, ficava gritando embaixo do prédio que ela morava ‘Xeruça, venir abaajo’.
Xeruça kkkkkk
Então, o Peter era
parente de uns caras que tinham, ou tem um hotel em Balneário Camboriu, em
Santa Catarina. Na época do OktoberFest ele deu a letra de que poderíamos ficar
no hotel e ir pra festa. De imediato, lotamos meu golzinho. Eu , minha namorada
Andrea, o Peter e o Lelo. Neste golzinho, anos depois, foi me oferecido um
terreninho em Maresias, no Canto do Moreira, que recusei. E não falo mais
nisso. Nunca mais.
Pegamos a Régis e
chegamos em balneário. No hotel, que estava lotado, nos informaram que teríamos
que acampar no salão de convenções. Tranquilo. Pelo menos nos deram colchões,
porque eu não iria ter a capa da prancha para dormir sobre. OktoberFest é
aquela pataquada, chope, joelho de porco defumado. Só me lembro duma noite que
estava quebrado, e ao voltar para o balneário quase dormi ao volante e minha
namorada veio me olhando para ver se os olhos fechavam.
A emoção estava reservada
para a volta. Deu um pau na cebolinha do freio e o gol não estava brecando
convenientemente, só depois de dar umas bombadas no freio, ele parava um
pouquinho. Estávamos sem grana para voltar e eu fiz uma das coisas mais
arriscadas que fiz até hoje: peguei , sem freio, a Régis, a 101, uma estrada
que , na vinda, eu vi um caminhão jogar para o acostamento, outro na pista
normal e um terceiro ultrapassando, restando a mim somente jogar para o meu
acostamento. Uma loucura. O Peter ficou lá com os parentes, o Lelo veio
dormindo no banco de trás sem se preocupar com freio, breque, ou o quer que
seja. E deu tudo certo.
The october party
It all started, at
this time, at SPAC, the English club, next to my house. A manager appeared, a
very strict German named Fischer, but who had a nice son, Peter. Peter was born
in Peru and spoke broken Portuguese. He once fell in love with a nanny who
worked on the street of the club, named Gerusa, and, Drunk, kept shouting under
the building that she lived in 'Xeruça, venir abaajo'. Xeruça hahaha
So, Peter was
related to some guys who had, or have, a hotel in Balneário Camboriu, in Santa
Catarina. At the time of OktoberFest he gave the lyrics that we could stay at
the hotel and go to the party. Immediately, we filled my little goal. Me, my
girlfriend Andrea, Peter and Lelo. In this little goal, years later, I was
offered a piece of land in Maresias, in Canto do Moreira, which I refused. And
I don't talk about it anymore. Never.
We took Régis and
arrived in a spa. At the hotel, which was fully booked, we were told that we
would have to camp in the convention hall. Quiet. At least they gave us
mattresses, because I wouldn't have the surfboard cover to sleep on.
OktoberFest is that pataquada, beer, smoked pork knee. I only remember one
night when it was broken, and when I got back to the locker room I almost fell
asleep at the wheel and my girlfriend came looking at me to see if my eyes
would close.
The emotion was
reserved for the return. She gave the brake chives a hard time and the goal
wasn't braking properly, only after pumping the brakes did it stop for a bit.
We didn't have the money to go back and I did one of the riskiest things I've
ever done: I took Régis, 101, a road that, on the way back, I saw a truck pull
onto the shoulder, another on the normal lane and a third overtaking, leaving
me only to play for my shoulder. Crazy. Peter stayed there with his relatives,
Lelo came sleeping in the back seat without worrying about the brakes, brakes,
or whatever. And he got it all right.
O Rio de
Janeiro continua lindo
No meio da
faculdade, eu tinha começado a jogar capoeira, o que foi muito bom para a
elasticidade de um cara inelástico. O mestre arranjou um evento no Rio de
Janeiro, eu fui dirigindo o carro dele com outros caras da academia no banco de
trás, ficamos num hotel na Lapa, o evento foi no Circo Voador, v i que a
capoeira no Rio não era nada folclórica e sim uma porradaria geral, conheci uma
garota, comecei a namorar com ela e, a partir disso, comecei a atravessar a
Dutra de busão sempre que podia. E eu podia bastante, porque eu sempre vendia
coisas: biquínis, camisetas, dava aulas de tênis. Enfim…
Naquela época, o
Rio era um outro mundo, não tínhamos acesso às notícias reais, e, lembro como
se fosse hoje, quando eu estava no apartamento dessa namorada, na rua Sá
Ferreira, em Copacabana, subida do morro Pavão Pavãozinho, e ouvi minha
primeira rajada de metralhadora, fuzil ou sei lá o quê. Era 1989/1990 e o bicho
comia por lá. Mas era tudo aventura e nada mais.
Com essa namorada,
conheci todo o interior do Rio, tipo Petrópolis, Nova Friburgo, Secretário.
Teresópolis eu tinha conhecido com um amigo que tinha nascido lá e eu fui uma
ou duas vezes com ele. Praia no Rio e cachoeiras no interior. A vida pode ser
boa. E tem que ser.
O pai dessa
namorada tinha um sítio em frente ao sítio do presidente do Flamengo na época.
Íamos jogar futebol society no sítio dele, com ele jogando. Numa dessas
peladas, meti um gol olímpico de três dedos, que até hoje não sei como, que nem
o Zico faria igual. O cara veio me cumprimentar. Fica o registro, porque , além
de pegar tubos, eu gosto de marcar gols.
Em Copacabana, eu
pegava um ônibus, acho que número 127, para ir à rodoviária para voltar para
casa. O Rio era tão peculiar nesta época, que, certa vez, o motorista do acho
que 127 parou em frente ao Mc Donalds, na avenida Nossa Senhora de Copacabana,
largou o ônibus lotado, entrou na fila e comprou um lanche. Eu acompanhei tudo,
até ele receber o troco e voltar. Muito interessante.
Rio de Janeiro is still beautiful
In the middle of
college, I had started playing capoeira, which was very good for the elasticity
of an inelastic guy. The mestre arranged an event in Rio de Janeiro, I drove
his car with other guys from the academy in the back seat, we stayed in a hotel
in Lapa, the event was at Circo Voador, I saw that capoeira in Rio was not at
all folkloric and yes, it was a lot of bullshit, I met a girl, I started dating
her and, from that point on, I started to cross Dutra by bus whenever I could.
And I could a lot, because I always sold things: bikinis, t-shirts, I taught
tennis. Anyway…
At that time, Rio
was another world, we didn't have access to real news, and I remember it as if
it were today, when I was in this girlfriend's apartment, on Rua Sá Ferreira,
in Copacabana, up the hill from Pavão Pavãozinho, and I heard my first burst of
machine gun, rifle or whatever. It was 1989/1990 and the animal ate there. But
it was all adventure and nothing more.
With this
girlfriend, I got to know the entire countryside of Rio, like Petrópolis, Nova
Friburgo, Secretary. Teresópolis I had met with a friend who was born there and
I went once or twice with him. Beach in Rio and waterfalls inland. Life can be
good. And it has to be.
This girlfriend's
father had a place in front of the president of Flamengo's place at the time.
We were going to play society soccer at his place, with him playing. In one of
those kicks, I scored a three-finger Olympic goal, which to this day I don't
know how, which even Zico wouldn't do the same. The guy came to greet me.
Here's the record, because, in addition to catching tubes, I like to score
goals.
In Copacabana, I
took a bus, I think number 127, to go to the bus station to return home. Rio
was so peculiar at that time that, once, the driver of I think 127 stopped in
front of Mc Donalds, on Nossa Senhora de Copacabana Avenue, left the crowded
bus, got in line and bought a snack. I followed everything until he got his
change and came back. Very interesting.
Comentários
Postar um comentário